Defendendo sua cultura corporativa

Quando falamos em cultura corporativa (lembrando de nosso capítulo 3 do livro "Administração") a imagem que temos em nossas mentes é de uma empresa como uma Unilever que busca defender seus valores e crenças. Porém nesse texto vamos falar de algo diferente, que muitos associam como sendo um ambiente sem regras onde apenas a criação e veiculação de campanhas é a meta, uma agência de publicidade.

Recentemente enquanto lia o livro "Espremendo a laranja" de Pat Fallon fiquei encantado com a maneira como este defendeu seus ideais e foi um verdadeiro empreendedor.

No último capítulo do livro ele fala sobre defender a sua cultura e como é necessário o controle e planejamento de seus atos. É imprescindível também inovar, usar a criatividade é uma forma de se obter uma vantagem sobre os concorrentes. Então é melhor abandonarmos aquela idéia de que agência é uma brincadeira constante onde os criativos apenas tem idéias doidas. Cada idéia tem um conceito que a amarra , e isso é o mesmo que ocorre com a empresa em si. São necessários valores fortes para unir a organização, incluindo agências como a Fallon.

No livro Fallon diz que seus valores são a dedicação exclusiva e crença no poder da criatividade, crença na família como modelo de negócios, buscar o risco como se busca um amigo, sucesso como um imperativo do negócio, a importância de manter a humildade e também a necessidade de se divertir.

Para defender esses valores a Fallon teve que tomar diversas decisões como, por exemplo, a Domino's Pizza os convidou para fazerem uma apresentação e ganharem sua conta. Acontece que o chairman da empresa, Tom Monaghan, apesar de inovador também era uma pessoa bem religiosa e conservadora em certos aspectos. Essa conta geraria muita renda para a Fallon, porém a empresa teve que recusar atendê-los quando disseram que a conta seria da agência caso parassem de atender um antigo cliente, a Children's Defense Fund. Isso ocorreu porque Monagham achava que a Children's Defense Fund, que na verdade lutava pelos direitos das crianças, apoiava o aborto. A Fallon tentou mostrar a ele que não era bem assim e que eles eram uma organização de respeito, mas o chairman não quis ceder.

Foi então que em uma reunião com toda a equipe da agência, Pat Fallon ouviu a opinião do presidente e diretor de criação da agência na época, Bill Westbrook. Ele disse:
"Não quero que fique gravado em meu túmulo:"Ele parou de ajudar as crianças para que mais pizzas fossem vendidas". Então a Fallon Declinou do negócio.

Os funcionários ficaram contentes e isso os incentivou, pois sabiam que a cultura não foi quebrada e os valores foram colocados em primeiro lugar, portanto são atos como esse que são necessários para cultivá-la e preservá-la.

Lembrem-se, administrar uma empresa requer riscos e para manter a cultura escolhas devem ser feitas. o que é mais importante para você, mais dinheiro ou defender seus valores?

Fonte: "Criatividade -Espremendo a laranja"- Harvard Business School Press -Pat Fallon e Fred Senn

1 Resposta(s):

Lu Florêncio disse...

muito bom texto..é esse o espírito..gostei de conhecer o fallon..bom vcs estarem reproduzindo histórias de homens de atitudes que podem sim fazer a diferença no mundo dos negócios..que como veremos no capítulo 5 não é feito apenas de lucro!